Lola é a própria encarnação do duende que Federico García Lorca descreveu como “um poder misterioso que toda a gente sente e que nenhum filósofo consegue explicar”. Os seus olhos, poços negros de encantamento, refletem séculos de cante jondo e taconeo, convidando-nos a mergulhar nas águas tenebrosas da mais pura arte.

Nas noites de lua minguante, quando o silêncio se quebra como um espelho, Lola desliza pelos pátios de luzes. A sua dança é um encantamento, uma letra de flamenco em carne e osso, que desperta esse “som negro” de que falava Manuel Torre. Cada movimento das suas mãos é um verso de Lorca, cada torção da sua cintura uma metáfora viva da paixão andaluza.

Lola Duendecilla, a musa que transforma a vida num tablao de emoções e nos recorda que a verdadeira magia não está no que vemos, mas no que sentimos.

Lola, com a sua presença intangível, mas poderosa, convida-nos a encontrar o nosso próprio duende, essa força que nos liga à essência da arte e da vida.